O sentimento de posse está entre os mais fortes
que o ser humano pode experimentar. Quando não gerenciado de forma correta e
coerente pode levar-nos a perder a sensibilidade do que pode e o que não pode ser
possuído (coisas/pessoas). Esse sentimento e a pratica dele em um relacionamento
é o primeiro sintoma da violência futura. Por isso hoje queremos decretar:
Ninguém é de ninguém!
Claro que não estou banalizando os relacionamentos, estou
declarando a liberdade. Porque o amor só é verdadeiro se junto vier à liberdade.
Nada que aprisione, limite, impeça, bloqueie ou lhe trave deve ser confundido
com amor. Quem ama tem que ser incentivador e não um escultor do ser.
Casualmente uma ou outra coisa que lhe prejudique pode ser
mudado e/ou melhorado, e claro que o outro pode fazer parte desse processo. Mas
a decisão final tem que ser pessoal e intransferível. As mudanças impostas é o
segundo sinal da violência futura.
O amor é um sentimento lindo e nobre que não sobrevive sem
oxigênio. Quando é combinado com prisão e ciúmes logo perdi o brilho e sua
força. Cuidado ao querer desesperadamente por um fim a sua solidão, ou de
repente ter medo de ficar sozinho, você pode está se condenando a uma prisão
perpétua.
Existem basicamente dois tipos de relacionamento perigosos: (...)
(...)Os totalmente restritivos onde um não permite ao outro
coisas simples e corriqueiras. A saber: amizades, sair sem o namorado, falar
com um ex, usar alguma coisa, olhar pro lado etc. Tudo acaba sendo motivo de
briga e de mais um acordo restritivo: Você não faz isso e eu não faço aquilo. Todo
entendimento e felicidade estão em saber que o outro não faz! O final: Caso eles
se agüentem por mais um tempo, o que é bem improvável, chegará a um ponto de
ninguém mais respirar nessa relação.
E os totalmente suficientes, que é aquele típico casal
perfeito. Eles se acham tão perfeitos que não mais compartilham nem a presença
de outros. Família, amigos, e todo grupo social já não existe mais. Um vive
para o outro, e só quer estar com o outro. O “nós” rapidamente substitui o “eu”
e ninguém mais consegue ver e nem falar com um ser individual. Há apenas o
casal. Final: Quando acabar, porque vai acabar, você será uma pessoa solitária.
Não porque não tenha mais amigos, mas sim porque você perdeu sua identidade.
Precisamos realmente analisar o que é uma relação, ou que
esperamos de um relacionamento. Lembre-se que você não tem que abdicar do eu
para agradar a outro. E muito menos pra se relacionar. Todo cuidado é pouco
quando o assunto é a vida alheia. Respeite os limites e lembre-se que nada que
fica por restrição de liberdade é seu de verdade. O maior Amor do mundo é
baseado no livre arbítrio. E o seu é baseado em que?
Quando se ama alguém de verdade é preciso, inclusive, ajudá-la
a ficar só. Você não pode tentar preenchê-la. Não pode tentar completar o vazio
do outro com a sua presença. E só então quando uma pessoa é totalmente livre,
essa liberdade possibilita o compartilhamento. Ela dá muito de si porque tem
muito para dar e não porque sente-se obrigada a fazê-lo.
Pense nisso!
ShaloM!
Hugo Danilo
Isto é uma realidade bem vivenciada infelizmente, atualmente muitos se fecham em um relacionamento e esquecem que existe um mundo lá fora, amigos, família.. adorei o texto! Já tava com saudade de ler teus textos Hugo!
ResponderExcluirBjão, Shalom.